Usando o conceito de sala de aula invertida.
A escola, ou a grande maioria delas é uma construção social herdada do século XVIII que não faz sentido para a sociedade e para o mundo atual. Sabemos que o fracasso da educação se dá, muitas vezes, porque o aprendizado não faz sentido para o estudante. Tratar uma turma com trinta estudantes ou mais da mesma forma, desconsiderando suas particularidades e peculiaridades, e achar que uma aula expositiva irá proporcionar o aprendizado de maneira homogênea é um erro gravíssimo, e a pedagogia mostra claramente isso, por isso as escolas tem buscado formas diferentes de ensinar e tornar o ensino algo que faça sentido ao estudante, que prenda sua atenção e desperte seu interesse do educando.
As metodologias ativas propõem essa mudança de postura e de modelo na aprendizagem, focado no estudante e em suas necessidades reais, proporcionando experiências e expondo-o a projetos e atividades práticas que utilizam tecnologias e recursos que permitam a construção de ideias e conhecimentos, de maneira colaborativa, despertando a confiança, o protagonismo, a responsabilidade e o senso crítico. Ela sugere diferentes práticas, como aprendizagem baseada em projetos, aprendizagem entre times e modelo de sala de aula invertida. Mas não é tão simples abandonar o modelo tradicional de ensino e adotar o modelo de metodologias ativas na educação, pois o modelo pedagógico precisa ser construído com base nesses novos moldes, que tem como objetivo principal incentivar os estudantes para que aprendam de maneira autônoma e participativa, baseada em problemas e situações reais do cotidiano, buscando coletivamente, soluções criativas e práticas para solucionar os desafios, incentivando habilidades de investigar, refletir e criar, diante de situações conflitantes e desafiadoras. Considerando que os estudantes possuem diferentes modelos mentais, e que, portanto, necessitam de diferentes formas de aprendizagem.
Considerando que de tudo o que ouvimos apenas 5% se concretiza em aprendizado, 10% do que vemos e lemos, 20% do que vemos e ouvimos, 50% daquilo que discutimos ou verbalizamos, 75% do que colocamos em prática e 90% do que ensinamos aos outros, podemos concluir que a aprendizagem se efetiva, principalmente, quando o estudante atua ativamente no processo de ensino e aprendizagem.
O modelo de sala de aula invertida é um conceito que faz parte das metodologias ativas, uma forma de ensinar de maneira mais ativa e participativa, para atender essa necessidade de tornar o estudante protagonista do seu aprendizado, preparando-o para a vida e para os desafios do mercado de trabalho, criando autonomia e motivando ações inovadoras e empreendedoras. Neste conceito, o estudante se prepara para a aula previamente, através de vídeos, leituras e outras fontes de pesquisa, então a aula deixa de ser expositiva para se tornar um momento de debate e troca de ideias e opiniões. Não só o professor precisa direcionar esse estudo, como o próprio estudante pode, e deve buscar o conhecimento sobre os assuntos que serão abordados.
Na escola o estudante vivencia diferentes modelos de aula que o conduz ao conhecimento. O professor deve abandonar a prática de aula unicamente expositiva, em que o aluno é o ouvinte/receptor, e criar um ambiente de debate, onde o conhecimento prévio é considerado e deve fazer parte da construção dos conceitos que serão aprendidos. O professor deve se preocupar em criar um ambiente seguro, onde o erro faça parte do processo e leve a novos aprendizados na busca pelo acerto. As experiências mostram que o julgamento pelo erro paralisa e desencoraja o estudante, e isso fere a ideia de autonomia e protagonismo ativo que é proposto neste novo modelo de aprendizado.
Prof. Regiane Rosa